[NES] Battletoads

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Na década de 90 tudo que um jovem queria era um jogo de plataforma cheio de porrada e “NICE GRAPHICS”. Na febre de Super Mario Bros, Alex Kidd e vários outros jogos do gênero, a Rareware veio com uma proposta inovadora de dificuldade e multiplayer simultâneo. Obviamente todos acataram o que a até então novata Rare apresentou, o que poucos esperavam era gerar traumas, insanidade, paranóia, medo de moto (e muito), e tristeza. Após estragar amizades, relacionamentos, casamentos e muitos, mas muitos controles, Battletoads ficou eternizado como “O jogo mais FILHO DA PUTA da história”.Resultado de imagem para battletoads lvl 1Até aqui é tudo mil maravilhas, o primeiro level desse jogo é estupidamente fácil. Porém se você está com um amigo do lado essa fase se torna um pesadelo, pois sim meus queridos, aqui você descobre que o jogo tem fogo amigo. Não, não estou brincando, você tira vida do seu amigo na porrada. Por exemplo, vocês dois focam num desgraçado e acidentalmente a sprite do seu personagem toca na do seu amigo, ele toma dano. E não para por aí, se um não anda a tela fica toda cagada! Basicamente nessa fase a única dificuldade encontrada é lidar com o corno que está do seu lado no sofá!

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Aqui é onde essa merda fica insana. Simplesmente desista de jogar isso em multiplayer. Você vai precisar usar o dash nessa parte estreita para desviar dos objetos, e adivinha só? VOCÊ DERRUBA SEU AMIGO DA CORDA E ELE MORRE! Sim, isso já gerou muitas brigas. O problema é que a fase realmente não é difícil se você joga no single player. Battletoads deixa clara a mensagem, o jogo não é tão difícil, ele é sacana… isso até você chegar aqui;

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Turbo Tunnel é o inferno meu irmão, essa é a fase mais filha da puta que já existiu em qualquer jogo da história. Não existe um ser humano com todas suas faculdades mentais funcionando que goste dessa fase, Turbo Tunnel é incrivelmente desgraçada. A fase começa normal, você anda, chuta e bate, tem problemas com os buracos que são extremamente bugados, a ponto de sempre cair neles mesmo não caindo. Daí você vê uma moto, pensa: “Legal, uma moto. Vou sair atropelando todo mundo, agora eu me vingo desses ratos imundos do inferno que tanto me sacanearam!”. Você está enganado. As barreiras piscam na sua frente a ponto de causar uma tontura terrível, e elas ficam cada vez mais rápidas. A cada checkpoint a sua situação piora, e muito. Porém, tudo tem um fim, e essa fase também. Não tem muito o que falar daqui, você vai morrer, desviar e pular.

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O jogo já poderia ter acabado, mas não… Ainda falta um pouco. Essa fase impressiona pela qualidade dos desenvolvedores. Ela é cheia de tricks e inimigos feitos de gelo… até porque você está numa caverna de gelo. Aqui você precisa matar bonecos de neve que atiram pedaços de seu próprio corpo para usar pedaços do seu corpo para quebrar a parede, desviar de pedaços extremamente pontudos do céu que se te acertarem te matam, escorregar em cima de cubos de gelo e usar os mesmos para quebrar a parede (e se eles baterem em voce, voce morre) e claro, desviar de bolas gigante de espinhos que estarão nos piores lugares possíveis. Então nessa fase tudo desliza? Basicamente sim, menos as bolas de espinho rosa que são gigantes, elas não deslizam pois já estão nos piores lugares possíveis.

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Para você que achava que as motos não poderiam piorar… bem… se enganou! Surf City mostra o quanto um jogo pode ser desgraçado. Troncos, ciclones, bombas, vão tentar te derrubar. Não bastando isso você encontra uma referência a Space Invaders de Atari, sim, um mini boss que são vários mobis de Space Invaders. Além de enfrentar um ratão gigante like a Mestre Splinter + Max (Goofy). Você vai passar por isso e pensar: “Ufa, acabou”… Não, o pior está por vir, e virá, de fato. Mais um pouco de “surfação”, mas agora, o bicho pega. Qualquer coisa daqui em diante é hit kill, principalmente as cachoeiras que voltaram com o mesmo sistema das rampas piscantes. Se você insistiu no jogo parabéns, você precisa de tratamento psiquiátrico urgente! Mas, pelo menos, está para acabar esse inferno.

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Bem… Já ouviu a frase “estou meio sem chão”, aqui ela é literal, não tem chão. Você anda em cima de uma cobra que se move rápido demais e faz questão de exigir a máxima altura do seu pulo sempre, te forçando a falhar miseravelmente infinitas vezes. Apesar dela ter um centímetro escalável ele só te ajuda na hora da transição. Sim, a cobra some por um tempo para sair outra por outro buraco, que será mais rápida e mais filha da puta. Pensando que não poderia ficar pior, você irá trocando de salas em pequenos buracos difíceis de se acertar e eles vão criando dificuldades, na primeira sala surgem espinhos; na segunda a cobra fica mais rápida e passa por dentro dela (coisa que você não conseguirá fazer); na terceira além dos espinhos e da velocidade surgem plataformas, que mais atrapalham do que ajudam; na quarta em diante toda essa dificuldade se agrava apenas.

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A motinho voltou. Admito que essa fase em especial tem uma trilha sonora genial e extremamente agradável, isso faz até você perder um pouco de ódio do jogo, mas essa relação de amor e ódio não dura muito, pois logo você encontrará uma nova motinho, agora, essa cretina é uma nave espacial mandada direto do inferno (como o próprio nome da fase já diz). Porém, antes de chegar nela os buracos voltaram, e eles voltaram pior, pois agora as plataformas são móveis. Agora você tem que desviar de raios, e não é num grande espaço e sim num espaço estrito e específico que não pisca na tela como era antes. Há também bolinhas de fogo que vão voar na sua direção sem piedade e quanto mais rápida fica a moto mais lentas ficam as bolas, deixando assim bem mais difícil de desviar delas.  Até aí parece fácil, porém o jogo LANÇA MÍSSEIS! SIM, MÍSSEIS! Eu penso sempre sobre como o cara que fez esse jogo irá para as profundezas do inferno. Os mísseis vem de baixo, de cima numa velocidade absurda e eles são tão rápidos que o Nintendinho não conseguia processar eles tão rapidamente então eles piscavam na tela, forçando assim sua morte e causando um ódio enorme. Depois disso você atravessava alguns raios e seguia em frente pelo game.

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Ok, agora você está livre da moto e do inferno. Porém o jogo não está nem próximo do seu final. Provavelmente você já atacou seus parentes a essa altura ou quebrou seu console ou computador (no caso de emulação), mas o jogo ainda está aí e precisa ser zerado.  Aqui já dá pra ver que o bicho pega quando tem uma plataforma com entrada móvel e um mobi que se move exatamente junto com essa entrada. Esse mobi aparece durante a fase com atualizações, como por exemplo, a de lançar raios em sua volta. A coisa piora conforme voam raios na entrada das plataformas e saem bolas mortíferas das paredes. Com plataformas quebradas e amoebas que pulam entre elas o jogo se complica conforme você vai subindo. Se você encosta nesses robôs super choques você terá a sensação do Lasier Martins tocando nas uvas mais de mesa (AI AI). No final da fase você enfrentará um boss que é uma mistura de Exterminador do Futuro com Ciclope do X-Men. Ao mata-lo você passa de fase.

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Mais puzzles… Eu não sei, se eu tentasse jogar esse jogo após os 15 anos de idade provavelmente não teria coragem de zera-lo, como não tive de zerar novamente. Essa fase é a prova cabal de que esse jogo é uma completa desgraça. A começar por ela ser a número 9, coisa que já mostra o nível de sacanagem, um jogo com capacidade de 5 vidas e uma dificuldade absurda te forçar a aguentar mais de 5 fases é sacanagem total. Você vai usar uma espécie de pirocoptero maneirasso. Os gráficos desse jogo impressionam pra época, e por isso mesmo a Rareware usava disso pra dificultar o jogo, já que ela usava desses recursos pra você cair num espinheiro enquanto descia no começo da fase já que a cor dele era a mesma da parede mas o contorno era muito bem feito. Os inimigos são robôs que se escondem atrás das paredes. E no meio da fase uma porca rosqueadora enorme começa a te perseguir, se ela tocar ela te mata. A única fraqueza dela é a água, que é a mesma que a sua. Várias delas vão te perseguir e vão te induzir ao erro, em locais de queda, se você cair reto, irá de encontro com espinhos que são hitkill. Após fugir delas, você chegará na parte da famosa fase d’água. Nadar, desviar e fugir de piranhas carnívoras. Pra essa fase ser uma completa desgraça só faltou ter timing debaixo d’água.

Resultado de imagem para battletoads level 10

Kids Graça! Não há outra coisa a ser falada. Você passou por uma fase d’água, 3 fases de motinha, fase de puzzle e fase de altura, mas o jogo te mostra porque ele é o maior desgraçado da história, ainda tem mais e como tudo que é ruim, pode piorar. Basicamente é a mesma coisa da fase 8, porém ao invés de subir, você desce. Isso até você encontrar um rato, sim, um rato larápio, esse desgraçado por alguma razão vai tentar fugir de você e você vai ter que apostar uma corrida com ele. As coisas se tornam frenéticas, não tanto quanto quando você está com a moto, mas um pouco mais terríveis por serem bem mais radicais. Admito que é gratificante ver o rato caindo de cabeça no chão e morrendo no final da corrida. Esse fluxo se repete com a dificuldade aumentada até o final da fase, quando você encontra o “Dogão”, ou, o boss. Ele começa lento e depois fica mais rápido, porém, ele não apresenta grande dificuldade perto do que se encontra até o momento no jogo.

Resultado de imagem para battletoads level 11

Eu não sei se consegui expressar meu nível de desespero jogando isso direto de um console com meu irmão rindo da minha cara incansavelmente, mas se eu não esbocei como foi terrível minha experiencia com esse jogo, eu esboço agora. Essa fase merece todas ofensas, macumbas, mandingas, empraguinações, maldições e qualquer coisa ruim que possa ser transmitida. Não me arrependo por ter quebrado um controle original de NES em perfeito estado na parede jogando ela. Eu vi a tela de “Continue” aqui muitas vezes. A fase já começa se apresentando como uma despedida da parte mais difícil do jogo, de cara você tem os cortadores de grama que vão te transportar por esse inferno móvel. Um vórtex te persegue por todo caminho, ele muda de cor propositalmente para te estontear, a música se acelera. No final você caí na porrada com esse boss, e finalmente, chega no final do jogo.

Resultado de imagem para battletoads level 12

Eu não sei ao certo o porque, mas ao chegar aqui, nada mais parece impossível ou difícil, e essa sensação vai te matar muito. Você está numa plataforma que gira, spawna inimigo até do inferno e você tem que ficar subindo, senão, morre. O que é sensacional aqui é que mesmo em um jogo de NES, na época, dava a impressão de 3D. Conforme você sobe as coisas pioram, os inimigos se tornam nuvens cuspidoras e o espaço fica cada vez menor e mais cheio de mobis. A plataforma começa a se mover sozinha e os locais que você poderia se apoiar se tornam instáveis. Surge um mobi que assopra as plataformas de se segurar no ar tornando mais difícil subir. Até que você chega no topo. Lá você encontra a grande vilã do jogo, a belíssima Dark Queen. Ela ataca se tornando um ciclone, ela é sensacional por sempre inventar uma ofensa seguida de toads (em forma de trocadilho).

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Essa é a tela final do jogo…

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Análise Final:

Battletoads é um jogo extremamente a frente de seu tempo em relação a gráficos e desempenho técnico em relação a sua plataforma. Sua dificuldade insana que muitas das vezes vem dos próprios bugs do jogo é uma pitada especial que eternizou o jogo. Muitas vezes da para imaginar os desenvolvedores rindo da cara de quem fosse jogar o jogo na fase que eles estavam fazendo. O jogo ainda assim da uma sensação unica de realização ao concluí-lo. Battletoads é uma das maiores pérolas do NES não por ser simplesmente inovador e completamente difícil mas sim por ser o verdadeiro pontapé da Rareware com a Nintendo, relação essa que trouxe muitos games excelentes. Apesar de seus bugs e história clichê muitas das vezes culpamos a máquina por nossos próprios erros, e aprendemos com eles a nos tornar melhores e mais fortes. Battletoads nos ensina a superar nossa dificuldade e também novas ofensas.

  • Gráficos10/10
  • Jogabilidade07/10
  • Dificuldade: 10/10
  • História07/10
  • Controle Ideal para emulador: NES Retro USB

Nota Final: 8,5 (Pela dificuldade ser um dos principais fatores do jogo sua média foi atribuída).

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